RESENHA: O Familiar, de Leigh Bardugo

Em O Familiar, Bardugo deixa os mundos do Grishaverse de lado e mergulha em uma fantasia histórica e sombria, onde intrigas, fé e sobrevivência se entrelaçam. Com uma protagonista forte, um romance lento e segredos que podem custar mais do que a vida… O Familiar traz uma leitura densa, apaixonante e impossível de prever.

Se você curte:

  • Fantasia histórica com toque sombrio;
  • Bruxas, gatos e pactos estranhos;
  • Personagens complexos e imperfeitos;
  • Crítica social disfarçada nas entrelinhas;
  • Protagonistas femininas poderosas e humanas;
  • E um romance que vai te deixar meio “ai que tudo” e meio “ai que raiva”

Então O Familiar é pra você. Não espere batalhas épicas nem um enredo super corrido, essa história é pra ser saboreada devagar, como um feitiço antigo sendo recitado em voz baixa.

Quando magia e história se entrelaçam

Em O Familiar, somos abraçados pelo clima de uma Madrid vibrante, e cheia de contrastes, à margem da opulência da corte real e das sombras da Inquisição, da esperança que emana do povo e do medo que paira sobre suas vidas. E no centro de tudo isso, encontramos Luzia, uma jovem com um segredo que pode ser sua salvação ou sua ruína.


O clima é meio gótico, cheio de mistério, e com personagens que nunca são só o que parecem. Tem nobre decadente, bruxa, inquisidor e, claro, o tal do Familiar, essa entidade mágica que muda tudo. Algo que achei muito interessante é como o livro também fala sobre o poder — quem tem, quem perde, quem finge que não quer. É um prato cheio pra quem ama fantasia histórica, e tramas com reviravoltas e um toque voltado para o sombrio e o sensual.

Uma protagonista que desafia o destino

Aqui, a gente acompanha a Luzia, uma criada tentando sobreviver em uma sociedade que a oprime por sua origem, sua fé e, claro, sua magia. Por um pequeno descuido ela se vê envolvida em jogos políticos, alianças duvidosas e uma competição misteriosa, em que cada movimento pode custar sua vida. Todos ao seu redor parecem esconder algo. E Luzia acaba virando uma peça em um jogo de poder muito maior, cercada por pessoas com intenções nebulosas, sendo constantemente manipulada e vigiada.

Mas calma, isso aqui não é só sofrimento e tensão. Tem reviravolta, e tem aquele tipo de romance que faz a gente suspirar e xingar ao mesmo tempo. Se você gosta de protagonistas que crescem com as porradas da vida, que são espertas, teimosas e cheias de camadas, a Luzia vai te conquistar rapidinho.

Romance lento e sedutor

O livro entrega um romance. Mas nada de amor à primeira vista. O romance é lento, tenso, cheio de camadas e sensualidade velada. O relacionamento é marcado por desejos proibidos e traições silenciosas. Mas esse elemento romântico não rouba a cena, apenas adiciona uma camada extra de intensidade emocional, especialmente quando se misturam com os temas de poder e sobrevivência.

imagem aesthetic para resenha do livro o familiar de leigh bardugo

Mas, e O Familiar?

Sem spoilers, eu prometo, mas o tal Familiar do título é uma figura central na história, que atua como uma espécie de protetor, tutor e, ao mesmo tempo, manipulador. Inteligente, calculista e com um passado envolto em sombras, ele é o típico personagem que nunca revela todas as cartas.

Tem um quê de criatura ancestral, com um charme sombrio e uma presença que ocupa o espaço mesmo quando não está falando. A personalidade dele oscila entre o sarcasmo afiado e uma intensidade que beira o feral. Ele não é exatamente confiável, mas também não é fácil de odiar. Parece sempre saber mais do que diz e brinca com verdades como quem brinca com fogo.

A relação dele com a Luzia é tipo um laço invisível que não dá pra explicar direito, mas que você sente que está ali, é uma mistura de cumplicidade, desejo e destino. E sim, prepare o coração porque algumas cenas são tão intensas que você vai querer reler só pra sentir tudo de novo. Há entre eles uma dança constante de poder e vulnerabilidade, em que cada gesto pode ser tanto proteção quanto controle. E é esse jogo silencioso que dá ainda mais camadas e intensidade a essa relação no mínimo estranha.

Vale a leitura?

O Familiar é um livro em volume único, no melhor sentido da palavra. Com uma narrativa que mistura magia, crítica social e um romance proibido, perigoso e irresistível. Mas não vá com expectativas moldadas pelas obras anteriores da autora. Vá pela protagonista forte, pela ambientação histórica impecável, e pela maneira como Bardugo entrega uma trama bem escrita e emocionante.

Recomendo fortemente essa leitura para quem valoriza obras adultas, densas, cheias de nuances históricas marcantes e envolventes. E Se puder compre pelo meu link da Amazon e apoie o blog! ⤵


capa do livro o familiar de leigh bardugo



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